quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Apesar do medo de se despencar do céu, a sensação de voar sem nenhum artifício mecânico, é indescritível. Nem tudo se passa no campo físico.
Estava então o mundo a aprontar das suas, quando à cabeça me veio aquela sensação de felicidade atemporal, vital...
Meu avô quando queria  me sacanear, chamava-me "neto".
Quando eu tropeçava nos tamancos, ouvia sua vóz dizendo: "- Já vais, neto?", um segundo antes de estabacar-me nas pedras do chão, ralando com isso, joelhos, cotovelos e palmas das mãos. Eu ficava puto, precisava chorar, mas aquela vózinha no ar dizendo "já vais...", transformava qualquer queda em piada e daí já era: por mais dor que se sentisse tínha-se que rir e levantar pra cair denovo. Até hoje, quando tropeço na vida e levo meus inevitáveis tombos, a minha reação é a de ver mais o lado cômico desses tombos. Com isso, menos dor...